Tudo de amor
que existe em mim foi dado.
Tudo que fala
em mim de amor foi dito.
Do nada em mim
o amor fez o infinito
Que por muito
tornou-me escravizado.
Tão pródigo de
amor fiquei coitado
Tão fácil para
amar fiquei proscrito.
Cada voto que
fiz ergueu-se em grito
Contra o meu
próprio dar demasiado.
Tenho dado de
amor mais que coubesse
Nesse meu pobre
coração humano
Desse eterno
amor meu antes não desse.
Pois se por
tanto dar me fiz engano
Melhor fora que
desse e recebesse
Para viver da
vida o amor sem dano.
Vinícius de
Moraes e Paulo Mendes Campos
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