domingo, 26 de junho de 2016

Doses literárias-polêmicas de uma paixão obsessiva, loucuras e desejos doentios, de Vladimir Nabokov .










Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lolita, a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.


Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.  
E eu não conseguia parar de olhar para ela, e soube tão claramente como sei agora, que estou prestes a morrer, que a amava mais que tudo que já vi ou imaginei na Terra, ou esperei descobrir em qualquer outro lugar.  ❞
Apesar de nossos arrufos, apesar da maldade que ela exercia, apesar de todo o esperneio e de todas as caretas que me dirigia, da vulgaridade, do perigo e da horrível desesperança de tudo, eu ainda flutuava nas profundezas do meu paraíso de eleição - um paraíso cujos céus tinham a cor das chamas do inferno -, mas ainda assim um paraíso.
"Eu te amava. Não passava de um monstro pentápode, mas te amava. Fui desprezível e brutal, e torpe, e tudo o mais, mas je t'aimais, je t'aimais! E houve momentos em que eu sabia como te sentias, e a consciência disso era um inferno, minha pequena.
Uma última coisa', disse eu em meu inglês horrivelmente cuidadoso, ‘tem mesmo certeza total de que - bem, não amanhã, é claro, nem depois de amanhã, mas - bem - um dia, qualquer dia, você não quer vir viver comigo? Crio um Deus novo em folha, a quem agradecerei com uivos lancinantes, caso você me dê a mais microscópica esperança.


Lolita: Por que não vamos jogar um jogo?
Humbert: Um jogo? Vamos... não, você terá tempo para o serviço de quarto ao mesmo tempo?
Lolita: Não na verdade... eu aprendi alguns bons jogos no campus. Um "particularmente" foi bem divertido.
Humbert: Por que você não descreve esse em "particularmente" bom jogo?
Lolita: Bem, eu joguei com Charlie.
Humbert: Charlie? Quem é ele?
Lolita: Charlie? Ele é aquele cara que você conheceu no escritório.
Humbert: Você quer dizer que o menino... você e ele?
Lolita: É! Tem certeza de que você não pode adivinhar o jogo que eu estou falando?
Humbert: Eu não sou um bom adivinhador.
Lolita: [sussurra em seu ouvido e risos]
Humbert: Eu não sei qual é o jogo que você jogou.
Lolita: [sussurra em seu ouvido de novo] Quer dizer que você nunca jogou esse jogo, quando você era criança?
Humbert: Não.
Lolita: Tudo bem então ...



Com pequeno trecho de um diálogo entre as personagens principais do romance de Vladimir Nabokov, algumas frases narrativas da obsessão de um homem intelectual de meia-idade por uma garota de 12 anos, uma ninfeta, que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos, o qual ele garante ser amor, e os vídeos com os trailers, deixo aqui um gostinho de quero mais. Sim!!  Desejamos mais, pois esta obra vai além de uma “assombrosa história de paixão e ruína. É também uma viagem de redescoberta pela América; é a exploração da linguagem e de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em seu auge. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador.”
Convido-os a conhecer ou relembrar o livro e os filmes. Principalmente o de 97. Não assisti o filme de 1962 dirigido por Stanley Kubrick, mas, tenho interesse em vê-lo. Tive oportunidade de assistir o de 1997 dirigido por Adrian Lyne, com atuações excepcionais de Jeremy Irons (ator maravilhoso, que eu adoro) como o professor Humbert Humbert e Dominique Swain como Dolores Haze ou apenas "Lolita". E muitos críticos afirmam que o roteiro, creditado a Stephen Schiff, para o segundo filme foi mais fiel para o texto do livro de Nabokov.
Então, vamos lá??

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