❝ Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha
lama. Lolita, a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para
tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete
de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans
desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em
meus braços sempre foi Lolita. ❞
❝ E eu não conseguia parar de olhar para ela, e soube tão claramente como
sei agora, que estou prestes a morrer, que a amava mais que tudo que já vi ou
imaginei na Terra, ou esperei descobrir em qualquer outro lugar. ❞
❝ Apesar de nossos arrufos, apesar da maldade que ela exercia, apesar de
todo o esperneio e de todas as caretas que me dirigia, da vulgaridade, do
perigo e da horrível desesperança de tudo, eu ainda flutuava nas profundezas do
meu paraíso de eleição - um paraíso cujos céus tinham a cor das chamas do
inferno -, mas ainda assim um paraíso. ❞
" ❝ Eu te amava. Não passava de um monstro pentápode, mas te amava. Fui
desprezível e brutal, e torpe, e tudo o mais, mas je t'aimais, je t'aimais! E
houve momentos em que eu sabia como te sentias, e a consciência disso era um
inferno, minha pequena. ❞
❝ Uma última coisa', disse eu em meu inglês horrivelmente cuidadoso, ‘tem
mesmo certeza total de que - bem, não amanhã, é claro, nem depois de amanhã,
mas - bem - um dia, qualquer dia, você não quer vir viver comigo? Crio um Deus
novo em folha, a quem agradecerei com uivos lancinantes, caso você me dê a mais
microscópica esperança. ❞
Lolita: Por que não vamos jogar um jogo?
Humbert: Um jogo? Vamos... não, você terá tempo para o serviço de quarto
ao mesmo tempo?
Lolita: Não na verdade... eu aprendi alguns bons jogos no campus. Um
"particularmente" foi bem divertido.
Humbert: Por que você não descreve esse em "particularmente"
bom jogo?
Lolita: Bem, eu joguei com Charlie.
Humbert: Charlie? Quem é ele?
Lolita: Charlie? Ele é aquele cara que você conheceu no escritório.
Humbert: Você quer dizer que o menino... você e ele?
Lolita: É! Tem certeza de que você não pode adivinhar o jogo que eu estou
falando?
Humbert: Eu não sou um bom adivinhador.
Lolita: [sussurra em seu ouvido e risos]
Humbert: Eu não sei qual é o jogo que você jogou.
Lolita: [sussurra em seu ouvido de novo] Quer dizer que você nunca jogou
esse jogo, quando você era criança?
Humbert: Não.
Lolita: Tudo bem então ...
Com pequeno trecho de um
diálogo entre as personagens principais do romance de Vladimir Nabokov, algumas
frases narrativas da obsessão de um homem intelectual de meia-idade por uma
garota de 12 anos, uma ninfeta, que inflama suas loucuras e seus desejos mais
agudos, o qual ele garante ser amor, e os vídeos com os trailers, deixo aqui um
gostinho de quero mais. Sim!! Desejamos
mais, pois esta obra vai além de uma “assombrosa história de paixão e ruína. É
também uma viagem de redescoberta pela América; é a exploração da linguagem e
de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em seu auge. Através da voz de
Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador.”
Convido-os a conhecer ou
relembrar o livro e os filmes. Principalmente o de 97. Não assisti o filme de
1962 dirigido por Stanley Kubrick, mas, tenho interesse em vê-lo. Tive
oportunidade de assistir o de 1997 dirigido por Adrian Lyne, com atuações
excepcionais de Jeremy Irons (ator maravilhoso, que eu adoro) como o professor
Humbert Humbert e Dominique Swain como Dolores Haze ou apenas
"Lolita". E muitos críticos afirmam que o roteiro, creditado a
Stephen Schiff, para o segundo filme foi mais fiel para o texto do livro de
Nabokov.
Então, vamos lá??