segunda-feira, 18 de julho de 2016

Potro Sem Dono.

         
A sede de liberdade
Rebenta a soga do potro
Que parte em busca do pago
E num galope dispara
Rasgando a coxilha ao meio
Mordendo o vento na cara

Bebe horizonte nos olhos
Empurra a terra pra trás
Já vai bem longe a figura
Mostra um caminho tenaz
Da humanidade sofrida
Que luta em busca da paz

Vai potro sem dono
Vai livre como eu

Se a morte lhe faz negaça
Joga na vida com a sorte
Desprezo da própria morte
Não se prende a preconceitos
Nem mata a sede com farsas
Leva o destino no peito

Na seiva das madrugadas
Vai florescendo a canção
Aquece o fogo de chão
Enxuga o pranto de ausência
Esta guitarra campeira
Velho clarim da querência

Vai potro sem dono
Vai livre como eu...


Potro Sem Dono (Paulo Portela Fagundes) - NOEL GUARANY

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