segunda-feira, 25 de julho de 2016

POETISA DA SEMANA: Alfonsina Storni.


Vou Dormir
(Tradução: Héctor Zanetti)

Dentes de flores, cofia de sereno, 
Mãos de ervas, tu ama-de-leite fina, 
Deixa-me prontos os lençóis terrosos 
E o edredom de musgos escardeados. 
Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me. 
Põe-me uma lâmpada a cabeceira; 
Uma constelação; a que te agrade; 
Todas são boas: a abaixa um pouquinho 
Deixa-me sozinha: ouves romper os brotos... 
Te embala um pé celeste desde acima 
E um pássaro te traça uns compassos 
Para que esqueças... obrigado. Ah, um encargo: 
Se ele chama novamente por telefone 
Diz-lhe que não insista, que sai... 

Alfonsina Storni Martignoni nasceu em Sala Capriasca, Suíça em 22 de maio de 1892, imigrando com os seus pais Alfonso Storni e Paulina Martignoni e seus irmãos Romeo e Mary para a província de San Juan na Argentina em 1896.
Com 12 anos Alfonsina escreveu seu primeiro poema.
Em 1901, muda-se para Rosario (Santa Fé), onde tem uma vida com muitas dificuldades financeiras. Trabalhou para o sustento da família como costureira, operária, atriz e professora.
Seus poemas são incisivos e eficazes, podendo ser considerada para a época em que viveu, uma feminista.
Aos 20 anos é mãe de quem será seu único filho, Alejandro, sendo seu companheiro inseparável. 
Descobre-se portadora de câncer no seio em 1935. O suicídio de um amigo Horacio Quiroga, em 1937, abala-a profundamente.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”. 
Consta que suicidou-se andando para dentro do mar — o que foi poeticamente registrado na canção "Alfonsina y el mar", gravada por Mercedes Sosa.
Seu corpo foi resgatado do mar no dia 25 de outubro de 1938. Alfonsina tinha 46 anos.

OBRAS
  • Dos farsas pirotécnicas. Buenos Aires: Cabaut. Teatro.
  • La inquietud del rosal. Buenos Aires: Librería de La Facultad, 1916. Poesía.
  • El dulce daño. Buenos Aires: Sociedad Cooperativa Editorial Limitada, 1918. Poesía.
  • Irremediablemente. Buenos Aires: Sociedad Cooperativa Editorial Limitada, 1919. Poesía.
  • Languidez. Buenos Aires: Sociedad Cooperativa Editorial Limitada, 1920. Poesía.
  • Ocre. Buenos Aires: Babel, 1925. Poesía.
  • Poemas de amor. Buenos Aires: Porter, 1926. Poesía.
  • Mundo de siete pozos. Buenos Aires: Tor, 1934. Poesía.
  • Mascarilla y trébol. Buenos Aires: Mercatali, Impr., 1938. Poesía.
  • Entre un par de maletas a medio abrir y Las maneci. Buenos Aires: Ediciones Católicas Argentinas, Tall. Graf. De, 1939. Discurso/Conferencia.
  • Teatro infantil. Buenos Aires: R.J. Roggero, 1950. Teatro.
  • Cinco cartas y una golondrina. Buenos Aires: Inst. Amigos del Libro Argentino, 1959. Miscelánea.
  • Obra poética completa. Poesías completas. Buenos Aires: Sela, 1968. Poesía.
Fontes: 

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