terça-feira, 3 de maio de 2016

Não me delete, por favor.


“Estamos todos numa solidão e numa multidão 
ao mesmo tempo.”
Zygmunt Bauman


[...] Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.

O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angustia. Filosoficamente a angustia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos...

Ler mais: http://www.contioutra.com/nao-me-delete-por-favor

Um comentário :

  1. Ótimo artigo da CONTI outra, escrito por Luciana Chardelli, carioca, jornalista, escritora e advogada pós graduação em Direito Penal e Processual Penal. É autora do livro "Penso, logo insisto. Um desencontro." Escreve também na Revista Obvious.
    No tocante às relações virtuais, identifiquei-me completamente, para minha tristeza, claro! Vivenciei a experiência. E como tal, serviu para eu entender e aceitar que tudo passa, tudo chega, tudo se transforma.

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