❝ Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as
flores.
É preciso também não ter
filosofia nenhuma.
Com filosofia não há
árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como
uma cave.
Há só uma janela fechada, e
todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se
poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê
quando se abre a janela. ❞
[Arte: Kerry Brooks] In Poemas Inconjuntos. Poemas de Alberto Caeiro, 1946.
(Heterônimo de Fernando Pessoa)
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