domingo, 20 de novembro de 2016

eu apelo porque me pelo toda, senão... senão, nada.



RENÚNCIA II

sossega, amor

eu sei que a vida
exigiu-lhe atitudes
eu compreendo

fica em paz, amor

o que há de verdadeiro 
não se apaga
nem se esquece

segue tranquilo

o seu caminho
como lhe apetece
eu daqui faço uma prece

(curta pra não cansar o santo)









eutanásia 

já sofri duas eutanásias
e não morri
não posso dizer o mesmo
sobre o meu espírito

desde então
estou presa
num corpo desalmado 

onde habita
um buraco negro
faminto

Textos de Renata Braz

Renata Braz é natural de Franca/SP. Artificial do mundo. Casada. “Bacharéu” em Direito por imposição social. Aprendiz de poeta por invocação, desvirtuadora da semântica, nem sempre romântica. Nascida ácida, com doçura provisória, um dia jura que será zen. Mantém um blog como refém (Tatami, Coisa e Tao - http://tatamicoisaetao.blogspot.com.br/) que alimenta quando dá na telha. 

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