Ou me quer e vem, ou não me quer
e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que
não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei. Não é mais possível. Não vou me
alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível
que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos.
De volta à minha casa! Tenho outra. Por isto estou
em dívida com meu cantinho aqui! Mas prometo vir mais vezes. É que a outra casa
é nossa. Minha e do Dom. E não consigo ficar longe dele por muito tempo. Até
porque ele chega e nem sempre me encontra. É um cidadão do mundo. Mas, com a
certeza que tem o meu coração, também é meu! Como sou dele. Não consegui
deixá-lo. Abdicar do que sinto, do que desejo, do que quero. Por mim. Por ele.
Por nós. Disse para ele que tentaria controlar algumas palavras, algumas frases
dirigidas à ele. Controlar meus impulsos de falar e fazer coisas desnecessárias
à nossa relação. Nada de cobranças. Eis sua resposta: “Não precisas controlar nada. Te quero como és. O que desejo é um
pouco mais de confiança e respeito. E isto, tenho certeza, podes dar.”
É
claro que amei ler o que ele me disse. Como não amar? Como não amá-lo? Como
resistir a um sentimento tão latente em mim? Ainda me disse: “Não abdicas de nada. Quando me decidi
por ti e aceitastes, abristes mão do direito de abdicar a mim. És minha.”
Deus! Pensei: “Que louca sou. Que
louco ele é. Que loucos somos.” Mas, sinceramente, no fundo, esperava
por isto. Desejava exatamente estas palavras. Estas declarações, este
sentimento, por parte dele. E a minha parte, claro, foi recebê-lo. De todo o
meu coração. Não quero sofrer por amá-lo. Também não quero sofrer por não
amá-lo. Quero estar com ele. E sei que ele deseja estar comigo. Como disse
Mário Quintana:“Tão
bom morrer de amor! e continuar vivendo.”